Mais de seis meses depois, a pandemia vai produzindo uma cauda longa de desarranjos que se fará sentir por muitos anos e esses efeitos vão atingir, principalmente, os mais jovens. É fato que o vírus também mata jovens mas, como sabemos, as vítimas preferenciais são os mais velhos que já carregam em si alguns prenúncios do mundo-além, que os médicos chamam, sem nenhum respeito aos eufemismos, de comorbidades.
Jovens são, também, a grande maioria dos
médicos e enfermeiros que estão na linha de frente, os rostos marcados pelo cansaço e pelas tiras das máscaras, dobrando turno, ficando longe das famílias, expondo-se ao risco da contaminação, salvando senhores e senhoras, avôs e avós, homens e mulheres que já vão pelo terceiro cavalo, já meio mancos e com o pelo mortiço.Esses jovens são nossos heróis contemporâneos. Às vezes, vejo-os de capas voando para ir para o trabalho e lanço acenos emocionados.
Em meu período infanto-juvenil, meus heróis eram o Homem Aranha, Huck, Zorro, Super Homem... cresci e mudei de ídolos: meus heróis hoje são médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapêutas e todos que, direta e indiretamente, estão salvando vidas de pessoas infectadas pelo terrível coronavírus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário