domingo, 2 de fevereiro de 2020

“ TÔ CABRAL”...!

Se afogar na burrice é característica das pessoas insensatas e precipitadas!
Surpreender-se com atitudes que jamais se imaginava possíveis, partindo de determinadas pessoas, é comum na convivência humana. Em muitos casos levam-se anos para que se possa chegar a essa compreensão.
Faz parte do relacionamento na convivência entre seres mortais, faz parte da frieza de coração e espírito de uns tantos.
Alguns amigos até comentam que a vida seria muito melhor se não fossem os outros. Ora, pensar assim é uma reação egoísta, insensível a tolerância que devemos ter com os mais próximos e até mesmo com os mais distantes.
Conflitos fazem parte da relação cotidiana, as decepções estão presentes nas pessoas e nos momentos menos esperados. Justamente quando se precisa de união entre família, amigos, surgem mágoas e frustrações que levam à completa discórdia.
As maiores hostilidades quase sempre começam pela intolerância contra outros que estão muito próximos, do mesmo sangue.
O tamanho da expectativa que temos em relação às pessoas com as quais convivemos, pode determinar a proporção da emoção de quem está decepcionado.
Há tempos li uma matéria publicada pela revista Exame que destacava como um dos maiores determinantes para gerar discórdia e decepção, é a tal da herança, a partilha de bens e dinheiro entre herdeiros. “O que há em comum entre Nélson Rodrigues, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, Tim Maia e Amador Aguiar? A resposta triste é que todas essas pessoas ilustres, ao morrerem, deixaram bens e direitos que se transformaram em motivo de disputas dramáticas entre familiares”.
Brigas pelo espólio estão longe de ser um problema exclusivo de gente famosa e endinheirada. Mesmo famílias com um patrimônio bem humilde podem rachar na hora de dividir os parcos bens de um ente falecido.
Infelizmente essa é uma realidade que se transforma em decepção entre as partes que disputam interesses, ou pode atingir até quem nada tem a ver com isso. Apenas são amigos e conhecidos que veem à distância uma guerra de ambição que, em muitos casos terminam em decepcionante desfecho.
Certa feita alguém me perguntou sobre uma “prima” que virou a casaca e por algumas poucas patacas, deixou de apoiar a prefeiturável Cordélia, para se render aos malvados e corruptos “Fraternos”: “Você imaginava que fulana seria capaz disso?” Claro que eu não imaginava, mas também não me foi motivo de tanta decepção e nem o mundo desabou sobre minha cabeça como aconteceu com o interlocutor.
A vida já me proporcionou experiência suficiente para conviver com situações as mais surpreendentes possíveis na relação humana. Talvez as maiores decepções acontecem quando criamos grande expectativa em relação a outrem ao ponto de considerá-lo irretocável. É assim na política; na profunda admiração por ídolo da arte, do esporte e da música; por um político que nos encanta com o discurso de salvador da pátria.
Mágoas, decepções, irritações com alguém ou com o carrossel da vida, provavelmente estão fortemente ligadas à nossa incapacidade de aceitar que nada é impossível. Até os santos têm pecados, não são perfeitos. É difícil percebermos, mas somos nós mesmos que cultivamos a dimensão da decepção.

Olha que belo pensamento de Bob Marley sobre sonhos e decepções: “Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas… O tempo passa… E descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!”.

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