A prefeiturável
Cordélia e os vereadoráveis Anaildo, Wallas e Jean, são
nomes consagrados
em todas pesquisas de opinião pública em Eunápolis
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Em Eunápolis deve
ter no mínimo uns 300 pré-candidatos a vereadores, em busca de disputar uma das
as 17 vagas da Câmara Legislativa.
Muitas negociações
acontecendo, cafezinhos, reuniões, contas eleitorais e análises de conjunturas
sendo desenhadas pelos dirigentes partidários a fim de definir as chapas
proporcionais de 2020.
Em regra geral,
esta fase funciona assim: os partidos identificam potenciais candidatos na
praça e começam o assédio, tentam de tudo para angariar novas adesões, põe
grandes lideranças pra telefonar oferecendo apoio à candidatura: empresários,
deputados, pastores, padres, babalorixás..., é uma fase de muitas conversações,
articulações e paparicações.
É comum nesta
etapa ter muitas contas malucas de previsão eleitoral apresentando os nomes da
chapa com estimativa de votos individuais e gerais.
Geralmente os
dirigentes colocam pra baixo o número de votos dos demais candidatos
concorrentes da chapa e superestima os seus votos.
Essa etapa no
linguajar político é conhecida como "vendeção" de sonhos que chamo
aqui de canto da sereia.
Dica 1: jogue
sempre pra baixo sua expectativa eleitoral e tenha humildade para seu sonho não
virar pesadelo.
Por
falar em “vender” sonhos, revelo algumas artimanhas típicas para capturar pré-candidatos:
primeiro a garantia da tal “estrutura” de campanha. No caso de alguns partidos
governistas isso pode ser "espaço" na máquina pública nas eleições e
depois na gestão do executivo, caso o prefeito seja eleito e não dê certo o
projeto de vereador.
Este
espaço pode ser através de cargos ou serviços públicos pra atender as bases ou
“estrutura” de mobilização para campanha: material de divulgação, tempo de
televisão, combustível, cabos eleitorais ou dinheiro vivo mesmo.
A
“estrutura” é o grande atrativo e ao mesmo tempo a maior "ilusão" das
campanhas políticas, principalmente para os marinheiros de primeira viagem.
Depois da lava
jato e das operações do ministério público contra caixa 2, está cada vez mais
difícil e arriscado esta prática.
Dica 2: Tire um
extrato da sua conta que é mais seguro, consulte sua família e ouça sua esposa.
Antes
que me esqueça, ainda tem o tal dinheiro do fundo eleitoral partidário que será repassado aos candidatos, isso é
igual pé de cobra, você já sabe o resto.
Outro chamariz que
pode ser usado é o famoso rodízio de mandatos,
compromisso de que o vereador eleito no partido vai se afastar por 4
meses para contemplar os suplentes que ajudou na legenda assumirem.
Só vi funcionar
esse esquema nas frentinhas de partidos pequenos que não existirão mais em
2020.
Dica 3: Corre duro
pra ganhar as eleições, porque se quiser rodízio, salvo raras exceções, é
melhor ir pra pizzaria mais próxima. E cuidado com as matemáticas alheias,
principalmente essa história que tem vereador no mandato na chapa concorrendo,
mas não ameaça ninguém porque está “queimado” na opinião pública e que vai
diminuir a votação e até perder. Pura ilusão, não subestime adversários: em
2016, dos 17 vereadores, 8 se reelegeram: Ramos Filho, Jota Batista, Vavá da
Farmácia, Gildair, Paulo Brazil, Aderbal, Ubaldo Suzart, Jorge Maécio. Já os que perderam vaga para o próximo
mandato foram: José Carlos taxista, To do Cavaco, Galego do Regional, Dr. João
Lopes, Nádio da Roni, Zé Pelanca e o Pastor Robson. Com exceção do edil Adelson do Alecrin que se
candidatou a prefeito, sendo derrotado.
Não se esqueça que
cada vereador no mandato hoje (se for da base), tem cargos na prefeitura que
são seus cabos eleitorais, emendas parlamentares e um polpudo subsídio. No caso
de Eunápolis, são 13 mil mês, ou seja, nas minhas contas, em 4 anos um vereador
qualquer, por pior que seja, terá no bolso no mínimo 624 mil reais na reeleição
pra "torrar" na campanha. E cuidado com o “rabo da sereia” a conversa
de que o partido vai ajudar na sua campanha caso concorde com vereadores no
mandato concorrendo. Na prática, após registrar as candidaturas no TRE, é cada
um por si e Deus e o diabo para todos.
Na campanha tem
dirigente partidário que não responde mensagem e nem atende celular. Como
campanha é curta, não dará tempo nem para cobrar, quando você ver, já foi.
Por
isso a renovação se torna tão difícil e a disputa tão desigual, mas não é
impossível vencer.
Dica 4: quanto
menos “tubarãozinhos” na chapa melhor: candidatos endinheirados, vereadores no
mandato ou que já foram testados nas urnas com boa votação. Se conseguir
encontrar um partido sem o famoso "poca urna" e a chapa tiver
competitiva, filia nele correndo.
A
nova lei eleitoral põe fim as coligações e favorece político que está no
mandato e os grandes partidos.
A regra acabará
com as “chapinhas” ou “frentinhas” que no passado elegia vereadores com baixa
votação pela coligação ou que funcionava como escadinha para partidos grandes,
e com a cláusula de barreira individual é o fim também do efeito
"Tiririca". Agora os partidos terão que formar chapas completas com
todas as vagas disponíveis preenchidas para ter viabilidade eleitoral.
Como
o prazo final para filiações será em abril de 2020, creio que a montagem das
chapas de vereadores ficará aberta até essa data, principalmente porque em
março, será autorizada a mudança de siglas, o “troca-troca” de partidos e a “abertura
da janela” partidária.
Certamente haverá
muitas novidades e surpresas com a alteração das chapas e o desenho mais claro
dos arranjos eleitorais e clivagens majoritários.
Dica 5: Tenha a
garantia do dirigente partidário do número máximo de vereadores no mandato que
o partido aceitará até o prazo final de filiação ou decida pelo partido no último
momento depois de analisar todo o cenário político e estudar as chapas
montadas, inclusive com as possíveis coligações majoritárias. Duas observações:
o povo vota nas pessoas e não nos partidos, infelizmente, e estar na coligação
do candidato a prefeito mais forte eleitoralmente ajuda canalizar votos “úteis”,
pois pra população em geral, vereador é um “despachante de luxo” da sociedade
junto ao prefeito.
Para
o candidato não virar escadinha de ninguém ouça esse conselho: avalia bem se
você tem serviços prestados na comunidade; se possui boa popularidade e
carisma; liste num papel quantos apoios familiares e de amigos você tem (não se
esqueça de calcular uma quebra de aproximadamente 30% por causa da chamada reta
final ou dia “D”); compre um bom par de calçados e vê se tem algum dinheiro
sobrando no bolso antes de decidir ser candidato.
Eleição
de vereador é a mais difícil de todas, esteja preparado e atento para encará-la
de maneira consciente e sincera, sem por em risco sua família, sua vida
financeira e emocional encantado por cantigas bonitas de um jogo duro, nem
sempre digno e honesto!
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