terça-feira, 10 de setembro de 2019

A VOZ DO RÁDIO NÃO É ATIVA, QUANDO É FRATERNA COM MAZELAS

Radialista com cargo comissionado em prefeitura é somente
um mequetrefe disfarçado de profissional de Rádio. 
As pautas não estão dentro das redações.
Elas gritam em cada esquina de Eunápolis.
É só pôr o pé na rua e a reportagem salta na nossa frente.
Essa percepção, infelizmente, é a que mais falta ao rádio em Eunápolis.
Os programas perderam o cheiro do asfalto, o fascínio da vida, o drama do cotidiano.
O valor radialismo depende de uma providência muito simples: sair às ruas, fazer reportagem. Só isso.
Você, amigo leitor, tem ido a periferia da cidade? Faça o teste.
É um convite à depressão.
É uma cidade assustadora: ruas fétidas, esburacadas e mal iluminadas, gente sofrida e abandonada, prostituição a céu aberto, zumbis afundados no crack, uma cidade sem alma e desfigurada pelas cicatrizes da ausência criminosa do poder público.
Eunápolis foi demitida por seus governantes. E nós, radialistas de verdade, precisamos mostrar a realidade.
Não podemos ficar reféns dos salários de cargos comissionados e das assessorias de marketing e das maquiagens que falam de uma Eunápolis que só existe na ilusão e enganação.
Temos o dever de pôr o dedo na chaga. Fazer reportagem. Escancarar as contradições entre o discurso vazio e a realidade cruel. Basta percorrer três quarteirões
As pautas estão quicando na nossa frente.
O custo humano e social da incompetência e da corrupção é assustador em Eunápolis.
Os radialistas precisam fazer o contraponto.
Radialismo é isso: mostrar a vida, com suas luzes e suas sombras.
Eunápolis, uma das cidades mais ricas do extremo sul da Bahia e um dos maiores orçamentos públicos, é um retrato de corpo inteiro da falência do governo.
O dinheiro que desaparece no ralo da delinquência é uma tremenda injustiça, uma bofetada na cidadania, um câncer que, aos poucos e insidiosamente, vai minando as esperanças do eunapolitano.
Há uma clara percepção de que a Prefeitura está na contramão da sociedade.
O cidadão paga impostos extorsivos e o retorno do governo é quase zero.
Tudo o que depende da Prefeitura funciona mal. Educação, saúde, segurança, transporte são incompatíveis com o tamanho e a importância de Eunápolis.
Nós, radialistas, temos um papel importante. Devemos dar a notícia com toda a clareza. Precisamos fugir do radialismo declaratório. Nossa missão é confrontar a declaração do governante com a realidade dos fatos.
As cicatrizes que desfiguram o rosto de Eunápolis e da Bahia podem ser superadas.
Dinheiro existe, e muito. Falta vergonha na cara, competência e um mínimo de espírito público.
Radialismo é a busca do essencial, sem adereços, qualificativos ou adornos.
O radialismo transformador é substantivo.
Sua força não está no peleguismo e servidão; na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade da sua opinião.
Façamos reportagem.
Informação é arma da cidadania.

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