Radialista com cargo comissionado em prefeitura é somente um mequetrefe disfarçado de profissional de Rádio. |
As pautas não estão dentro das redações.
Elas gritam em cada esquina de Eunápolis.
É só pôr o pé na rua e a reportagem salta na nossa frente.
É só pôr o pé na rua e a reportagem salta na nossa frente.
Essa percepção,
infelizmente, é a que mais falta ao rádio em Eunápolis.
Os programas
perderam o cheiro do asfalto, o fascínio da vida, o drama do cotidiano.
O valor radialismo
depende de uma providência muito simples: sair às ruas, fazer reportagem. Só
isso.
Você, amigo
leitor, tem ido a periferia da cidade? Faça o teste.
É um convite à
depressão.
É uma cidade
assustadora: ruas fétidas, esburacadas e mal iluminadas, gente sofrida e
abandonada, prostituição a céu aberto, zumbis afundados no crack, uma cidade
sem alma e desfigurada pelas cicatrizes da ausência criminosa do poder público.
Eunápolis foi
demitida por seus governantes. E nós, radialistas de verdade, precisamos
mostrar a realidade.
Não podemos ficar
reféns dos salários de cargos comissionados e das assessorias de marketing e
das maquiagens que falam de uma Eunápolis que só existe na ilusão e enganação.
Temos o dever de
pôr o dedo na chaga. Fazer reportagem. Escancarar as contradições entre o
discurso vazio e a realidade cruel. Basta percorrer três quarteirões
As pautas estão
quicando na nossa frente.
O custo humano e
social da incompetência e da corrupção é assustador em Eunápolis.
Os radialistas precisam
fazer o contraponto.
Radialismo é isso:
mostrar a vida, com suas luzes e suas sombras.
Eunápolis, uma das
cidades mais ricas do extremo sul da Bahia e um dos maiores orçamentos
públicos, é um retrato de corpo inteiro da falência do governo.
O dinheiro que
desaparece no ralo da delinquência é uma tremenda injustiça, uma bofetada na
cidadania, um câncer que, aos poucos e insidiosamente, vai minando as
esperanças do eunapolitano.
Há uma clara
percepção de que a Prefeitura está na contramão da sociedade.
O cidadão paga
impostos extorsivos e o retorno do governo é quase zero.
Tudo o que depende
da Prefeitura funciona mal. Educação, saúde, segurança, transporte são incompatíveis
com o tamanho e a importância de Eunápolis.
Nós, radialistas,
temos um papel importante. Devemos dar a notícia com toda a clareza. Precisamos
fugir do radialismo declaratório. Nossa missão é confrontar a declaração do
governante com a realidade dos fatos.
As cicatrizes que
desfiguram o rosto de Eunápolis e da Bahia podem ser superadas.
Dinheiro existe, e
muito. Falta vergonha na cara, competência e um mínimo de espírito público.
Radialismo é a
busca do essencial, sem adereços, qualificativos ou adornos.
O radialismo
transformador é substantivo.
Sua força não está
no peleguismo e servidão; na militância ideológica ou partidária, mas no vigor
persuasivo da verdade factual e na integridade da sua opinião.
Façamos
reportagem.
Informação é arma
da cidadania.
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