Prefeito fraterno com corrupção, não pode vencer reeleição! |
Em nossa república
bananeira, a instituição da prefeitura é resultado de um processo histórico
iniciado com criação das intendências, semelhantes em suas atribuições às
atuais câmaras municipais.
Seguindo a maré
autoritária da nossa história política, a prefeitura foi posteriormente criada
para centralizar poderes, permitindo um rigoroso controle das atividades
executivas. A esta característica autoritária soma-se a gangrena moral do
mandonismo, do clientelismo e da corrupção deslavada. Assim, depois de décadas
de extraordinárias transformações políticas, o exercício de poder dos prefeitos
brasileiros não mudou muita coisa.
Alicerçados por
uma estrutura partidária imoral e falida, ser um mandatário do executivo
municipal, na maioria dos casos, representa uma cobiçada maneira de obtenção de
ganhos financeiros e materiais.
São comuns os
milagrosos enriquecimentos patrimoniais de prefeitos.
Maquiagens
contábeis, subornos, estelionato e outros artifícios estão sempre disponíveis
para garantir as farras milionárias.
Também são frequentes
as pagas pelo financiamento de campanhas: muitos grupos políticos e/ou
empresariais habituaram-se à malandra prática do “toma lá, da cá”, garantindo a
obtenção do dinheiro fácil, à custa das receitas públicas. Esta prática
apodrecida é sustentada também pelo alto nível de despolitização do eleitor.
De uma forma ou de
outra, o voto ainda é mercantilizado na forma de dinheiro, de cargos e de
favores.
Culturalmente,
cada vez mais aceita-se a teoria do “rouba, mas faz!”.
Botar a mão no dinheiro
público é uma coisa tolerada e justificada na mente do cidadão mediano!
Outra marca
cultural do prefeito é o resquício coronelista do homem poderoso e de “bem”,
quando o votante é atraído pela figura notável do “doutor” (em geral, médico ou
advogado).
Chega às raias da
caricatura a quantidade de candidatos que se registram com o nobre nome de
“doutor”, ou seja, explorando um status provinciano e absurdo.
Não posso deixar
de citar também os grandes empresários e os líderes religiosos, estes últimos,
muitas vezes, mercadores insaciáveis da fé. Mas no final, devido à nossa
surrealista legislação e à ineficácia das instituições fiscalizadoras, os
senhores dos grandes “esquemas” sempre triunfam.
De um jeito ou de
outro, tudo se resolve com peripécias jurídicas e administrativas. E aí, o
nosso valioso dinheirinho é sugado, em forma de tributos, garantindo o
escandaloso enriquecimento dos nossos governantes.
O que fazer! Aí só
resta a força do voto, a consciência e a organização popular: votar
corretamente, entender criticamente os processos políticos e participar
coletivamente da gestão e da fiscalização!
Estes são os
remédios... Difíceis, mas possíveis!
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