quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

DOAR PODE NÃO RESULTAR EM AJUDAR!

Quem compartilha nunca deve lembrar e quem recebe nunca deve esquecer!
Ontem eu estava numa farmácia, quando entra, num rompante só, uma jovem senhora, com um rapaz seguindo-a. Fala ao entrar: “onde posso achar um leite para dar para ele?” O balconista aponta e ela pega uma lata. Não era aqueles mais caros, mas também não era barato.
Ela meio apressada, parece que estava com algum compromisso, paga a lata de leite e na porta fala para o rapaz: “olha só, que Deus te abençoe e à sua filha também.”
O balconista vira para mim e, meio que sem jeito, fala: “esse moço vem aqui sempre, a gente já conhece. Nem família deve ter, pede leite e fralda, ganha e some. Volta depois com a mesma roupa e o mesmo jeito. Qualquer dia eu vou falar para os clientes quem ele é."
Em outro dia desses eu estava conversando com uma especialista que trabalha com a segurança de um shopping e ela me disse que muitos meninos ficam pedindo fraldas, ganham, escondem, juntam várias num dia e vão trocar por drogas. E chegam nos estabelecimentos, inclusive, com meta de arrecadação.
Diante de tudo isso me coloquei a lembrar de uma frase que ouvi há muito tempo e que me disseram ser do Roberto Marinho, algo assim: se eu for duvidar de todo mundo nessa vida, eu não vivo. E esse sempre foi o meu lema, pois ficar questionando o tempo todo é pior. Só que eu também me pus a pensar que o pior era o que eu estava fazendo. Ao alimentar o vício ou práticas nada legais de alguém, eu não estava ajudando essas pessoas, pelo contrário.
É triste ver alguém pedir nas ruas e ter que ser um juiz, para saber se a pessoa deve ou não receber. Um amigo me aconselhou a comprar biscoito para quem tem fome, mas já entregar aberto, para que eles não os troquem por drogas. Isso eu ainda não consegui fazer, por se tratar de comida e ter um preço tão pequeno. Dinheiro, definitivamente, eu não dou. Mas a lata de leite e outros viraram uma moeda, infelizmente.
Certo é que as abordagens cresceram muito e, muitas vezes, é o vício ou a má fé que movem a ação dessas pessoas. Aí vem a minha amiga e dá a dica: fala para as pessoas que é melhor elas procurarem instituições sérias, comprometidas com causas sociais e entregarem lá o leite, as fraldas, etc. Ajudará a muita gente que está sendo acompanhada por essas instituições. Fica essa dica para refletir.

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