A parte pior da política, são seus ratos devoradores do erário! |
Na minha imaginação, ou devaneio, Manuel Bandeira decifrou a alma da maioria do povo eunapolitano, quando discorreu sobre o anseio de estar em Pasárgada, um lugar onde era amigo do rei. Em essência, é o que muitos do sofrido povo de Eunápolis desejam.
Se o dito cujo for vereador, dispensa todas as outras maravilhas da terra idealizada pelo poeta - do banho de mar à mulher desejada na cama escolhida - se tiver cargos, verbas públicas e alguma influência no palácio do rei, submergido do reinado simplório dos Fraternos. Só isto bastaria para a confraria dos edis mergulhar no profundo sono dos bobos da corte.
Robério Oliveira (PSD), o monarca da Pasárgada extermosulbaiana, conseguiu a proeza de afugentar aliados e eles se agruparam numa confraria de compadres, filhos e netos.
Para tentar evitar a dispersão, o Rei ofereceu mundos e, sobretudo, fundos. Mas seu rol de amigos foi reduzido, no comando e desmandos institucionais, a uma minoria vexatória.
A esse ponto chegou Robério: seus aliados verdadeiros no universo do reino dos deuses cabem numa bicicleta.
O reinado de Robério já nasceu moribundo, mas existiam feudos a serem conquistados. Todavia, logo foram dominados pelos mequetrefes, guarnieres, carlettos e outras "quintas colunas"! Mas, por sua vez, esses tipos de sapos, que nunca se transformam em príncipes. E as disputas internas transformaram o palácio do Fraterno Mor, num pandemonio, onde gregos e troianos o culpam pela malemolência, parcimonidade e inércia contumaz.
Não há na prefeitura uma mísera alma disposta a apostar meia pataca na sua capacidade de reverter a rejeição a que ele está submetido no meio dos seus súditos. E assim o reinado segue com o rato roendo a roupa do rei.
Antes de deixar sua coroa e setro, só restará ao decepcionante monarca, encomendar a divulgação de um comunicado.
O texto informaria que cientistas mobilizados pelo reino, desenvolveram um terno especial, com o qual Robério passou a se vestir.
O novo terno é de beleza rara e resistência infinita. Mas é invisível aos súditos de Pasárgada. Assim, ninguém estranhará quando alguém da confraria dos fraternos gritar: "Deus do céu, o Rei está nú!"
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