Cada vez mais
percebo o quanto as influências externas são capazes de nos desestabilizar completamente.
O quanto, infelizmente, não temos controle sobre os nossos pensamentos e sobre
os nossos sentimentos.
Sentimo-nos
tristes, derrotados, desmotivados e principalmente frustrados pelo descontrole
de algo que em tese teríamos domínio.
A
situação fica ainda mais crítica quando passando por dificuldades emocionais,
físicas e financeiras, que é o tema deste artigo.
Setembro Amarelo é mês de conscientização
e prevenção ao suicídio
Não
fiquei chocado, fiquei pensativo e curioso para entender o que poderia ter se
passado na cabeça daquele pai de família para optar por esse irreversível
recurso. Mesmo
sabendo que tudo que acontece em nossas vidas de alguma forma nos traz ou trará
algum aprendizado, ainda assim, é difícil e desafiador passar por essas
turbulências. Lembro-me de quando tinha por volta de 12 anos de idade e soube
que o pai de um amigo havia cometido o suicídio. Lembro-me que essa notícia me
deixou muito reflexivo.
Naquele
momento, fiquei sabendo que aquele homem foi massacrado pela crise financeira.
Uma pesada carga, que eu mesmo tive a oportunidade de enfrentar. Sim. Muitas
dívidas, cobradores e um cenário ruim, que me impediam de ver soluções. O
desespero tomou conta de mim e quando percebi, sentia apenas a vontade de parar
de sofrer.
Hoje,
analisando o caso do pai do meu amigo pela lente da minha experiência, percebo
que ele provavelmente nunca pensou em morrer. Queria apenas o fim da angústia e
dor. Um coração sem esperanças que batia em um corpo carregado de negatividade.
Apesar
deste contexto de dor, não é esta a minha intenção com este texto. Quero falar
de superação e de como se apoiar nas forças que restam para buscar a ajuda. E,
nesse processo, falar é a melhor solução. Buscar auxílio de amigos e
principalmente de grupos e profissionais como psicólogos e psiquiatras.
Lembre-se
que esta batalha não se vence sozinho. E por mais que você entre na luta em
desvantagem, você pode crescer, amadurecer e encarar o processo como
aprendizagem.
A
vida é sempre mais importante e espelhe-se em histórias inspiradoras de quem
venceu esta fase ou compartilhe sentimentos com quem passa por isto.
A
crise econômica tem sido gatilho para muitos casos graves. Este ano tivemos
dois empresários brasileiros que se mataram porque os negócios naufragaram. Um
deles dentro de um evento, com a participação do Ministro de Minas e Energia.
Quando vi este caso, que ganhou
notoriedade nos jornais, logo lembrei de um artigo que li sobre a crise de 1929
nos Estados Unidos. Os jornais da época narraram que investidores pulavam dos
arranha-céus quando houve a quebra da bolsa.
Então,
quero só reforçar as pessoas que as crises vão e vêm, mas a vida deve
prevalecer sempre. Por mais que as dificuldades pareçam intransponíveis, a
esperança não deve acabar.
Termino este texto com um trecho da
música de Gilberto Gil, que nos traz muito direcionamento: “ando com fé eu vou,
a fé não costuma faia”.
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