Há poucos anos, ninguém imaginaria os cenários que hoje integram nossa
realidade. Seria impensável, por exemplo, que os veículos tradicionais de
comunicação tivessem departamentos dedicados exclusivamente ao combate à
desinformação. Afinal, os jornais, rádios e televisões sempre trabalharam com a
informação precisa, com a checagem dos fatos e das fontes, com uma cuidadosa
editoria e priorizando o interesse público. Isto lhes creditou ao longo do
tempo a moeda mais importante: a credibilidade em alto grau. Entretanto, com a
avalanche de notícias falsas que assolam o Brasil e o mundo, desvirtuando
fatos, pessoas e ideias, e produzindo graves consequências, tornou-se forçoso o
combate às fake news.
A possibilidade de informação pelas redes sociais, dispensando a
assinatura de veículos tradicionais, parecia um sonhado paraíso, o qual todos
celebraram, quando de seu surgimento. Mas a sonhada facilidade mostrou seu lado
covarde e obscuro. Após a euforia, virou pesadelo. Hoje vivemos inseguros,
receosos de disseminar notícias falsas, que podem impactar negativamente
milhares de pessoas, inclusive afetando sua saúde. Está muito perigoso
informar-se pelas redes. Todos sabemos que existem grupos especializados em
difundir notícias falsas para beneficiar este ou aquele segmento, especialmente
na área política.
Cabe ao cidadão, neste momento, ao receber notícias nas redes,
aproximar-se do papel do jornalista, pesquisando fontes, a credibilidade do
veículo que informou, e a veracidade dos fatos. A humanidade encontra-se diante
de um novo desafio. Como contornar o problema? Legislando sobre o setor? É
possível controlar as fake news sem limitar a liberdade de expressão? Existe,
entretanto, uma outra forma para defender-se desta indústria de falsas
informações, sem nenhum efeito colateral: levar a Educação Midiática para as
escolas, preparando cidadãos para um espírito crítico, essencial ao exercício
da cidadania. Ela já está em vigor em alguns países desenvolvidos.
No Brasil existem projetos já aprovados pelos órgãos competentes, e de fácil implantação. Mas para acolher a ideia é preciso que a Educação e a formação de um espírito crítico sejam prioritárias e urgentes.
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